O inimigo

Livro: O inimigo

Autor: Charlie Higson

Editora: Galera Record

Um livro que me cativou a atenção por causa da capa e depois pela história.

Uma história com zumbis, um mundo apocalíptico, muitas mortes, sangue e terror. Lembra alguma coisa?!

Sim, parece muito com os últimos filmes e seriados com mortos-vivos, MAS este livro tem um diferencial, os sobreviventes neste mundo apocalíptico, por alguma razão desconhecida, são somente crianças com menos de 16 anos.

As crianças só sabem que alguma doença atingiu a população e que somente os adultos e pessoas maiores de 16 anos foram contaminadas e assim viraram "o inimigo", mortos-vivos sem emoção, memória, raciocínio ou desejo, além de carne fresca.

No meio disso, a história começa com um refúgio criado num supermercado, onde muitas crianças se estabeleceram juntas e criaram formas de se proteger e viver, e há aqueles que se declamam "batedores", são aqueles que tem coragem para sair deste refúgio para procurar comida nas redondezas. O problema é que a comida tornou-se escassa, pois existe outro grupo de crianças na vizinhança que também atua por perto.

Assim, é apresentado um dos primeiros problemas, as crianças precisam tomar uma difícil decisão: buscar a sorte no desconhecido e procurar por algum lugar onde poderão achar outras crianças e assim um novo refúgio com expectativa de sobreviver ou permanecer no forte, onde estão seguros até o momento, mas onde a comida acabou. Além de que alguns adultos estarem rondando a procura de comida também, e de preferência de uma criança.

A maioria do grupo topa procurar por um novo lugar onde poderão ter uma expectativa de vida melhor, apenas uma criança se recusa a sair, Callum, ele tem medo do que pode encontrar fora das paredes daquele supermercado, que acabou por se tornar sua casa e refúgio. Sendo assim, Callum é deixado para trás e o grupo vai em uma jornada cheia de riscos.

Este é um livro onde a tensão e a expectativa são seus companheiros até a última página, e ao contrário de muitos filmes e livros com zumbis, o livro deixa no ar o que poderia acontecer no futuro daquelas criança e daquele mundo. Afinal, como poderá haver uma cura se os sobreviventes são crianças e estas não sabem como ou de onde surgiu a doença que infectou os adultos?!

E o mais legal, no meu ponto de vista, o autor deixa um ponto positivo e um ponto negativo para nós leitores imaginarmos o que pode acontecer, o ponto positivo: existem refúgios e muitas crianças que conseguiram criar meios de sobreviver neste mundo caótico e que inclusive conseguiram se organizar numa sociedade, o ponto negativo: a partir de uma ataque dos adultos, é possível perceber que de algum jeito os adultos também estão evoluindo, eles estão conseguindo se organizar também, existem alguns que estão conseguindo raciocinar o suficiente para organizar ataques e armadilhas, os adultos estão ficando inteligentes.

Como todo conto de zumbis, há muito sangue e sustos durante a leitura, poucas partes felizes, e muita ação. Cada virada de página é uma surpresa e você não consegue largar o livro, segurando a respiração junto com os personagens.

Acho que só pelo que eu contei já deu pra perceber como eu adorei a leitura, o autor soube prender a nossa atenção, e acho que o foco foi tirado de como poderiam salvar o mundo e curar ou prevenir os sobreviventes de serem contaminados. O foco é totalmente na sobrevivência e o agora, pois as crianças estão fadadas a tornarem-se os próximos inimigos, afinal crianças tornam-se adultos.

Uma leitura ideal pra uma noite de chuva e uma casa silenciosa, para você entrar no clima.

Sinopse

O inimigo

Quando a doença tomou conta, todos os adultos ficaram doentes. Quem teve sorte morreu. Os outros ficaram loucos, confusos, famintos. Só restaram crianças e jovens com menos de 16 anos, e todos têm de lutar para sobreviver.

De repente, surgem boatos de um esconderijo seguro. E assim, um grupo parte numa jornada pela cidade, atravessando becos, casas desertas, estações de metrô...

Será que eles vão conseguir chegar lá...vivos?

O inimigo está à espera.