Para a primeira postagem oficial do blog, escolhi a trilogia da Veronica Roth: DIVERGENTE.
Escolhi esta trilogia por ser uma das mais recentes a ser comentada por muitos e também por causa do filme lançado com o mesmo nome.
Já li os três livros e devo dizer que até a metade do segundo livro, INSURGENTE, eu estava bem presa no enredo e fascinada pela história, pelas decisões que a personagem principal, Tris (que no começo da trilogia é apresentada como Beatrice), a personagem é cheia de dedicação, vontades e dúvidas, além de muitos obstáculos a serem ultrapassados.
Todos os testes tanto físicos quanto psicológicos pelos quais todos os personagens tem de passar durante a trama são específicos de cada um, por exemplo o medo de altura do Quatro (que descobrimos ser Tobias Eaton). Assim a história mostra personagens de carácter forte mas com medos e aflições que para outros personagens não são vistos com o mesmo temor. Um bom exemplo é o medo número 3 de Christina, mariposas. Não sei exatamente o por que dessa característica em específica do livro me chamou tanta a atenção, talvez pela possibilidade dos personagens poderem enfrentar os seus medos sem realmente vivênciá-los e pela quantidade de medos ser uma forma de categorizar os personagens dentro da sociedade de Audácia.
Enfim, considerei a história boa até a metade do livro INSURGENTE, por haver ainda a dúvida do porque eles terem sido isolados e talvez analisados durante anos, e a eterna dúvida que muitos tinham do porque eles precisarem ter muros a sua volta, se eles estariam se protegendo do que estaria do lado de fora ou o contrário. O que eles encontrariam do lado de fora?
O livro começa a ficar com um enredo desinteressante e meio comum quando a autora torna a história um experimento dos Estados Unidos em criar pessoas mais fortes geneticamente, e o experimento dá errado, sendo assim aqueles que foram considerados "falhas" foram isolados em várias comunidades espalhadas pelos EUA e em cada foi implatada um meio de governo onde as gerações poderiam se desenvolver e conforme os anos fossem passando, a própria natureza iria consertar a falha na genética e estes seriam retirados do isolamento. Que é exatamente o que ocorre com o irmão da Tori, mas que é considerado um assassinato por ele ser um Divergente, e que tornou-se um dos motivos para a rebelião.
Quando li sobre a razão do isolamento dos personagens eu simplesmente pensei:"Really?!".
Porque isso é típico das histórias americanas, quererem mexer na genética para conseguir serem mais desenvolvidos que outros e assim criar uma sociedade mais forte e resistente, e o experimento dando errado (tipo Resident Evil com os zumbis). O que talvez seja surpreendente na história é a forma como o governo dos EUA resolveu contornar o problema, ao invés de matar todos os participantes do experimento (como na maioria das vezes acontece nesses tipos de história) e assim eliminar qualquer indício que poderiam atuar contra o país, eles foram pelo lado mais difícil que foi isolar esses grupos em diferentes lugares e criar um grupo para assistir e analisar cada uma.
Mas talvez o mais surpreendente seja o final que a autora resolveu dar a trilogia....e atenção para o spoiler....a autora matou a personagem principal, simmmm, ela mata a Tris.
A personagem no fim de sua vida encontra a paz e redenção, sua última conversa é com a imagem de sua mãe onde esta assegura Tris que sua jornada acabou e que ela fez tudo muito bem, além de que ela não precisa se preocupar com seus amigos, pois eles se ajudariam, e que é isso que as pessoas fazem. E é com um sorriso e sem nenhum pensamento para Quatro que ela morre.
Eu achei muito triste e surpreendente a autora não dar o final feliz que acontece sempre com o casal principal na maioria dos livros, mas como já falei, não foi por isso que não gostei do livro. Achei que o livro havia terminado com a morte da Tris, mas o livro continua, mostrando como Quatro e todos os outros lidam com a situação, não só da morte da Tris, mas também em saber sobre tudo, desde a origem da sociedade e o que ocorre do lado de fora dos muros.
O último tributo de Quatro em memória de Tris eu achei emocionante e não teve como não chorar pela perda de seu amor e pela coragem dele em enfrentar um dos seus 4 medos, só que na vida real.
Acho que apesar de tudo a trilogia mostra um lado humano que muitas vezes é esquecido em muitas histórias, o medo, a culpa, a traição, o amor, a saudade, a raiva, o egoísmo, a maldade, o orgulho...a trama é cheia de tudo isso, mas também há uma idealização em cima da personagem principal Tris, pois ela se torna um símbolo de tudo que é bom, afinal, ela morre para proteger todos.
Achei meio contraditório a autora mostrar todos os personagens tão cheios de medos, e por isso mesmo, humanizados, parecendo tanto com pessoas reais, que a última cena de Tris no livro pareceu que a autora quis dizer que as pessoas "normais" ( ou seja aqueles sem a genética alterada, que eu interpretei como nós mesmos), são como Tris, cheia de medos mas que no final faz o que é considerado melhor para os outros, a imagem ideal de heroína.
Sinceramente, eu acho que se estivesse numa situação onde teria de escolher entre morrer e proteger aqueles que eu amo ou viver e ver alguém que eu amo morrer em meu lugar, não sei se trocaria de posição. Apesar de na minha cabeça eu gostar de pensar que faria a mesma escolha de Tris.
Minha opinião final sobre o livro, não me arrependi de ler e recomendo.
Enquanto estava escrevendo esse post, acabei por achar um artigo na internet de algumas páginas do livro CONVERGENTE que ficaram de fora, mas que depois a autora disponibilizou, segue o link para quem quiser ler - http://divergentebrasil.com/cena-deletada-do-livro-convergente-allegiant/
Estou looooouca pra ler essa trilogia! E no submarino ta com uma promoção super ótima!
ResponderExcluirAdorei sua resenha!
xoxo
foradocontextoo.blogspot.com
Obrigada Thaís.
ExcluirCompre a trilogia, talvez você tenha ponto de vista totalmente diferente do meu. Assim que ler me conte o que achou!