Para o terceira post do blog, trago minha avaliação do livro As crônicas de Nárnia, do autor C.S. Lewis, da Editora WMF Martins Fontes.
Esse livro é um volume único, trazendo 7 contos sobre Nárnia:
- O sobrinho do mago
- O Lenao, a Feiticeira e o Guarda-roupa
- O cavalo e se menino
- Príncipe Caspian
- A viagem do Peregrino da Alvorada
- A cadeira de prata
- A última batalha
Sendo que as histórias trazem personagens diferentes e em diferentes lugares como Arquelândia, Tashban entre outros lugares de aventura. Os personagens não se mantém os mesmos em todas as histórias, e o que mais me surpreendeu quando iniciei a leitura do livro foi saber que antes da aventura dos quatro irmãos Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia em Nárnia, há um conto anterior retratando como Nárnia foi criada e os primeiros contatos entre humanos e narnianos. Além dos primeiro Rei e Rainha, filhos de Eva e Adão.
Primeiro comentário que vou colocar aqui, o livro faz algumas referências que parecem bíblicas, já havia ouvido de alguns lugares e lido algumas análises referente a isso, que o autor apresenta contos bíblicos de forma meio ocultos nas histórias. Como a referências aos reis e rainhas como filhos de Adão e Eva, ou o personagem Aslam que nos aparece como a forma do Leão, "o rei da selva", e como muitas vezes é descrito no livro:
"...quanto ao próprio Aslam, nem as crianças, nem os castores souberam o que fazer ou dizer ao vê-lo. Quem nunca esteve em Nárnia há de achar que uma coisa não pode ser boa e aterriruzante ao mesmo tempo. Os meninos entenderam logo. Pois, quando tentaram olhar para Aslam de frente, só conseguiram ver de relance a juba de ouro e uns grandes olhos, régios, soleníssimos, esmagadores. Depois, já não tiveram forças para olhar e começaram a tremer como varas verdes" (página 158).
Ou seja, Aslam é tanto admirado como uma força sobrenatural que envolve esperança, a razão e a sabedoria, no último conto A última batalha, há uma frase que mostra o quanto a imagem e a palavra de Aslam é considerada: "...se Aslam disse, então deve ser verdade..."
Eu acredito em forças e energias maiores nesse mundo em que existimos, mas não acho que uma religião exclui a outra, portanto, sou católica por batismo e até estudei em colégio de freiras, sigo as tradições japonesas, nem sei se pode-se considerar sendo o budismo, pois são rituais e crenças passados dos mais velhos aos mais novos e sou espírita por escolha. E respeito muitas religiões, sendo assim eu não tenho muitas restrições quanto a histórias envolvendo religiões, crenças e rituais.
Enfim, falei tudo isso apenas para dizer que o livro se vocês lerem e analisarem cuidadosamente verão muitas figuras e histórias que representam algo da bíblia, até algumas lições de moral e a ideia de paraíso estão no livro.
Voltando para a minha análise, achei que a forma de linguagem utilizado no livro um tanto quanto formal e as vezes meio cansativo, mas temos de levar em consideração a época em que as histórias se passam e também pela época em que o livro foi escrito.
As aventuras são interessantes e apresentam uma variedade de personagens muito grande, feiticeiras, animais falantes, gigantes, civilizações subterrâneas, duendes, enfim, você tem um mundo cheio de fantasia no qual mergulhar de cabeça.
As aventuras são interessantes e apresentam uma variedade de personagens muito grande, feiticeiras, animais falantes, gigantes, civilizações subterrâneas, duendes, enfim, você tem um mundo cheio de fantasia no qual mergulhar de cabeça.
Se formos ver essas criaturas tem certa semelhança com O Senhor dos Anéis de J. R. R Tolkien que fez e está fazendo muito sucesso, tanto os livros quanto os filmes. Lewis e Tolkien eram amigos e fizeram parte dos Inklings, um clube informal de escritores que discutiam suas ideias para histórias reunidos num pub.
Lewis primeiro escreveu O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa, e depois os demais contos, que mais para frente foram incorporados em um único livro: As crônicas de Nárnia.
Eu li o livro e assisti aos filmes que foram produzidos, e ao contrário de muitas vezes, eu gostei mais dos filmes do que do livro, os filmes conseguiram dar mais ritmo e dinâmica as batalhas, aventuras e diálogos entre os personagens. Achei que apesar do enredo ser interesante, Lewis não conseguiu passar através de suas palavras tudo aquilo que os filmes conseguiram. No entanto, o livro nos mostra como a aventura em Nárnia termina para todos os personagens até mesmo para aqueles que morreram ou tiveram o acesso a Nárnia vetado.
E lá vem o spolier...Nas últimas páginas do livro, Aslam mostra que a jornada de todos terminou, não é necessário que Pedro, Lúcia e Edmundo voltem para o seu mundo, pois eles também já não existiam nele.
"...Para nós, este é o fim de todas as histórias, e podemos dizer, com absoluta certeza, que todos viveram felizes para sempre..."
Resumindo, todos morreram e foram parar num mundo que poderíamos considerar o paraíso, onde não há mais medo, onde eles podem ir e vir entre os vários mundos existentes e que foram apresentados durante a história.
Sim este é o fim do livro, eu senti como se eu tivesse sido enganada após acompanhar as todas as aventuras em Nárnia e conhecido os personagens, parece que o final foi escrito quase às pressas para conseguir juntar pedaços dos contos entre si. Não sei, eu fiquei muito decepcionada com o final que o autor deu a esse livro, para mim não fez sentido e me deixou muito confusa quando terminei de lê-lo.
Mas, eu não me arrependo de tê-lo em minha estante, e valeu a pena ter lido para poder acompanhar os filmes e saber o final dos personagens.
Os filmes lançados até o momento:
- O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa
- Príncipe Caspian
- A viagem do Peregrino da Alvorada
Ótimos filmes que eu super recomendo!
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